Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
...o "Soneto da Fidelidade" me faz pensar em afinidade, pode até destoar mas refiro-me às relações em nossa vida. Existem "n's" pessoas que convivemos e de certa forma, seja pelos diversos ambientes que frequentamos, a gente aprende a gostar. Mas o ponto mesmo que quero chegar, são as pessoas que sentimos imenso prazer em tê-las por perto...são as pessoas ao qual realmente temos afinidade...que nos identificamos demasiadamente, que mesmo o tempo, a distancia não consegue fazer com que quando nos encontremos o sentimento de encantamento continue como se nada tivesse acontecido... o tempo e/ou a distancia torna-se insignificante. E esse tipo de amizade são raros...pessoas com nosso número, que nos entende sem precisarmos falar, que lê a nossa alma no olhar, que simplesmente gargalhamos juntos, pensamos os mesmos pensamentos, que falamos juntos porque tivemos a mesma ideia... é um tipo de coisa que não dá pra ignorar...porque nos dá prazer de verdade. Pois sendo honestos com nós mesmos, veremos que a parte mais difícil é gostarmos por muito tempo de alguém e por trás dessas coisas, de detalhes que as vezes passam despercebidas que definem quem realmente é cada um de nós. Coisas que não se improvisam e nem se ignoram.