quarta-feira, 25 de julho de 2012

Afinidades e Afins



Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

...o "Soneto da Fidelidade" me faz pensar em afinidade, pode até destoar mas refiro-me às relações em nossa vida. Existem "n's" pessoas que convivemos e de certa forma, seja pelos diversos ambientes que frequentamos, a gente aprende a gostar. Mas o ponto mesmo que quero chegar, são as pessoas que sentimos imenso prazer em tê-las por perto...são as pessoas ao qual realmente temos afinidade...que nos identificamos demasiadamente, que mesmo o tempo, a  distancia não consegue fazer com que quando nos encontremos o sentimento de encantamento continue como se nada tivesse acontecido... o tempo e/ou a distancia torna-se  insignificante. E esse tipo de amizade são raros...pessoas com nosso número, que nos entende sem precisarmos falar, que lê a nossa alma no olhar, que simplesmente gargalhamos juntos, pensamos os mesmos pensamentos, que falamos juntos porque tivemos a mesma ideia... é um tipo de coisa que não dá pra ignorar...porque nos dá prazer de verdade. Pois  sendo honestos com nós mesmos, veremos que a parte mais difícil é gostarmos por muito tempo de alguém  e por trás dessas coisas, de detalhes que as vezes passam despercebidas que definem quem realmente é cada um de nós. Coisas que não se improvisam e nem se ignoram.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ao meu favor...

Ao meu favor...tenho o chão do asfalto...
Ao meu favor...delírios e pensamentos chatos...
Ao meu favor...espinhos, galhos secos...
Ao meu favor...poemas inescritos, ecos...
Ao meu favor...rotina, trajeto, cotidiano, fato...
Ao meu favor...querer do não saber...
Ao meu favor...o silencio perturbador...
Ao meu favor...o que não fiz pra merecer...
Ao meu favor...balde de choro...
Ao meu favor...borracha de apagar...
Ao meu favor...diagnosticar...
Ao meu favor...buraco negro da memória...
Ao meu favor...des-inspirar...
Ao meu favor...guerra
Ao meu favor...nem minha cama...
Ao meu favor...o gato que não para de miar...
Ao meu favor...não sei me costurar...
Ao meu favor...noite de insônia...
Ao meu favor...
...o relógio - acabar.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Internet-ivaMente conectando...





         É no mínimo mal intencionado o que algumas pessoas fazem em redes sociais, tipo como se encapsulassem em realidades paralelas, ao qual existe um mundo onde tudo é piadinha, tira-se sarro demasiadamente, humores exorbitantes, efervescências religiosa, superinteligências, supermulheres, super-homens...e assim são várias as impressões representadas...e dentro dessa “cápsula” vai se omitindo o seu verdadeiro eu...porque senta-se em frente à máquina nessas manhãs, tardes e/ou  noites monótonas de trabalho e entre um espaço de tempo e outro vão divertindo-se nesse mundo ao qual pode-se ser o quiser; omite-se identidade, status de relacionamento, família, vida, opinião...o que realmente importa é a diversão!! Vai-se adicionando mais e mais pessoas pro “projeto ser o tal”, concluo que deve ser muito gratificante ter uma fuga da matéria tônica e monótona de uma rotina fadigante...interagir com outro que proporciona nem que seja por alguns minutos, ou quem sabe horas de agradáveis conversas...deve ser uma sensação indescritivelmente gostosa envolver pessoas no seu emaranhado de mentiras e falsidade...com um clik curte-se, com outro desconecta-se, bloqueia-se e descarta-se pessoas como se fossem apenas um link que já viu, usou e não precisa mais...porque as redes sociais facilitam esse processo,  ainda não existe um filtro que detecte maldade do outro lado da tela, vulgarizando verdadeiros sentimentos.